Realizamos nossa primeira oficina do ano nos dias 19 e 20 de fevereiro. Escolhemos trabalhar na construção de um banheiro seco, buscando agregar num mesmo sistema diversas perspectivas ambientalmente justas e inteligentes.
O banheiro seco contribui na economia de água, evitando o lançamento de dejetos na rede coletora de esgotos ou diretamente nos aquíferos subterrâneos e fluviais, além do que auxilia na produção de composto orgânico para nossos cultivos. Através do banheiro seco, é possível ainda ensinar o método cíclico da natureza, onde nenhum recurso é desperdiçado.
Mas vamos por partes..
Primeiramente, para bioconstruir a cabine do banheiro seco, decidimos utilizar a técnica de bambu-a-pique (ou taipa com bambu). Como se tratava de uma estrutura simples e leve, usamos a espécie Vulgaris, conhecida como 'taquara', bastante comum na região. Coletamos uma quantidade, fizemos o tratamento com borato e, após secagem, mãos-à-obra. Seguem algumas fotos do processo.
Estrutura com peças de bambu e a base de concreto
Amarração superior
Detalhe da 'boca' para encaixe das peças superiores
Test drive :)
Montando a parede
Malha presa no cipó de sisal
Duas paredes prontas para receber o barro
Toré!
Mão na massa
Cabocáda
Nessa primeira etapa deixamos três possibilidades: uma parede pronta (sem reboco), uma parede com a malha e uma parede sem nada. Como teríamos um curso sobre Bioconstrução, finalizamos por aqui para que os alunos pudessem observar todas as fases do processo de construção e terminar o que restava, inclusive trabalhando com reboco ecológico, aprendido durante a vivência.
Mas enquanto o espaço do banheiro não ficava pronto, decidimos iniciar a utilização de seu princípio, ou seja, adiantamos a construção do assento a partir de sobras de madeira que tínhamos no sítio.
Existem vários tipos de banheiro seco. O modelo escolhido foi o que chamamos de tipo 1, básico, com um assento de madeira e um tonel embaixo. As fezes são coletadas nesse tonel e cobertas com serragem para mantê-las secas e evitar o mal cheiro. Quando o tonel está cheio, levamos o material para uma 'combosteira', onde cobrimos com mais serragem e mais uma camada de folhas secas. O restante do processo o sol e a natureza fazem a parte deles até o composto estar pronto para uso.
Economizamos água, evitamos poluição e produzimos adubo - justo e inteligente: é assim que deve ser!
Assento do BS tipo 1
Seguimos felizes!
AHO!!
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